terça-feira, 30 de junho de 2015

Prudência em primeiro lugar

O acidente que resultou na morte do cantor Cristiano Araújo e de sua namorada, Allana Moraes, teve grande repercussão nacional e comoveu milhares de pessoas, principalmente os fãs do músico e familiares das vítimas. Até quem não o conhecia, porém é sensível à dor alheia provocada por acontecimentos inesperados e impactantes, sentiu a gravidade de tal fato.

Ao mesmo tempo em que choca, um sinistro como esse também serve – ou deveria servir – para as pessoas refletirem sobre os cuidados necessários para evitar um acidente e preservar a vida. No caso em questão, apesar de ainda estar sendo investigado, já são conhecidos três fatores que podem ter contribuído e comprovam como a imprudência e a negligência de motoristas e passageiros agravam as consequências de qualquer acidente.

Segundo noticiado amplamente pela imprensa – e confirmado pelas autoridades que tratam do caso –, tanto o cantor quanto sua namorada estavam no banco de trás do veículo e não usavam o cinto de segurança. Como o carro capotou, ambos se chocaram contra o interior do automóvel e foram lançados para fora dele. Já os ocupantes dos bancos dianteiros, que usavam o equipamento, sobreviveram e não tiveram lesões físicas graves.

Esse fato é uma prova inconteste de que o cinto anemiza as consequências de um acidente e, principalmente, salva a vida dos ocupantes de um carro acidentado. Isso já foi comprovado também em testes de impacto promovidos por institutos que avaliam a segurança automotiva. Portanto, seja em longas viagens ou em deslocamentos curtos, nas estradas ou nas cidades, o equipamento deve ser sempre utilizado por todos – todos mesmo, incluindo os passageiros do banco de trás, pois ainda é muito comum a não utilização nele.

Excesso de velocidade

Em depoimento à polícia, o motorista admitiu que conduzia o veículo acima do limite de 110 km/h, embora não tenha determinado a velocidade exata. De qualquer forma, comprova-se que as estatísticas não mentem: transitar acima do limite permitido para as vias é uma das principais causas de sinistros e de óbitos. Algo até óbvio, afinal quanto mais rápido, mais difícil o controle e pior a consequência de uma batida. Porém nem essa obviedade toda nem os números parecem ser capazes de fazer os condutores aliviarem o pé.

Manutenção veicular

Tão importante quanto a forma de conduzir o veículo é fazer a manutenção preventiva dele e adotar os cuidados necessários para uma rodagem mais segura. No caso do acidente que vitimou Cristiano Araújo e Allana Moraes, não cabe dizer que a falta de manutenção pode ter contribuído, pois o Range Rover tinha apenas dois meses de uso.

Entretanto, como apontam os peritos da Polícia Civil e até mesmo funcionários de um lava a jato que higienizaram o carro antes da viagem, uma das rodas apresentava alguns pontos de solda e um deles estaria solto. O conjunto não era o original de fábrica. O próprio motorista disse à polícia que antes do acidente ouviu um barulho e imaginou ser de um pneu estourado. Também revelou que os pneus eram de segunda mão, mas estariam em boas condições.

Então, o estado precário de uma roda pode ter sido a razão do sinistro. Se isso ficar comprovado no fim das investigações, reforçará o que todo dono de veículo deveria saber: as condições de conservação do meio de transporte, seja ele qual for, são imprescindíveis para a segurança e não podem ser menosprezadas.

Não digo que o cantor foi negligente, tampouco o motorista – o qual teria sido avisado pelo dono do lava a jato sobre a falha na roda. Apenas quero ressaltar ser fundamental manter plena a situação de rodagem veicular.