sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O arrocho na cobrança do IPVA

O “pacote de maldades” imposto pelo governo do Paraná à população, com o aval da Assembleia Legislativa, tem na cobrança do IPVA um de seus aspectos mais perversos. O arrocho compreende reajuste de 40% sobre o valor pago em 2014, diminuição de 5% para 3% se o montante for quitado em cota única e divisão da dívida em somente três parcelas – antes eram cinco.

Na prática é isto: os donos de veículos automotores deverão pagar 40% a mais, com um desconto insignificante de 3% à vista ou com um parcelamento menor – o que vai elevar o valor das parcelas, pois naturalmente seriam mais em conta se o prazo anterior para quitação sem juros fosse mantido. Mas não, a ordem é cobrar mais caro e mais rápido!

Embora já saibam disso, talvez os paranaenses percebam melhor a “facada” ao receber, no mês de março, a correspondência com a discriminação do imposto. No bolso, o “golpe” será sentido a partir de abril – com o pagamento da cota única ou da primeira parcela. As demais deverão ser quitadas em maio e junho. O cronograma com as datas varia conforme o fim da placa.

Além da diminuição no número de parcelas, outra mudança negativa aos contribuintes é a imposição do dever de pagar à vista o IPVA de veículos 0 km comprados entre 1º de janeiro e 31 de março. Se você está feliz com o carro novinho, talvez não tenha ficado com essa obrigatoriedade de realizar o pagamento integral até 30 dias após a aquisição. Mas nesse caso, o governo foi benevolente e manteve a alíquota antiga, de 2,5%. A nova, de 3,5%, que resultou no aumento de 40%, será aplicada para os adquiridos a partir de 1º de abril.

O valor do IPVA tem como base a Tabela FIPE, e as alíquotas aplicadas no cálculo variam de acordo com o tipo de veículo: 1% para ônibus, micro-ônibus, caminhões, veículos de aluguel e de carga, de locação e de propriedade de empresas locadoras, e movidos com Gás Natural Veicular (GNV); e 3,5% para os demais automotores.

Estimativa de arrecadação

Segundo o Detran, a frota paranaense chega a 6,4 milhões de veículos em circulação, com 4,3 milhões deles tributados. O lançamento do IPVA 2015 deve atingir R$ 2,8 bilhões. Obviamente há um certo índice de inadimplência todo ano (em média 20%), mas mesmo assim o cofre do governo deve ser bastante reforçado, visto que esse imposto representa a segunda maior fonte de arrecadação para os estados, atrás apenas do ICMS.

Se todas as medidas adotadas pelo governo vão ajudar na recuperação do estado, só o tempo dirá. Vale lembrar que na primeira gestão do atual governador, a Receita Corrente Líquida (arrecadação dos tributos estaduais, mais transferências da União, menos os repasses obrigatórios aos municípios) cresceu de R$ 16,97 bilhões (dezembro de 2010) para R$ 26,46 bilhões (abril de 2014) – 56%, contra 24% de inflação. Já o ICMS teve um crescimento de aproximadamente 69% no período.

Como se vê, arrecadou-se muito, porém se gastou mais ainda. Agora, a população é penalizada com o “pacote de maldades” para tentar remediar as consequências de uma administração equivocada – a qual terá continuidade pelos próximos quatro anos. Mas quem reelegeu o atual mandatário deve estar satisfeito com os rumos do Paraná e certamente não se importará em arcar com a elevação na carga tributária...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Palio destrona Gol entre os mais vendidos

Depois de 27 anos consecutivos na liderança do rol dos veículos mais vendidos no Brasil, o Gol perdeu o posto para o Palio. A diferença foi pequena, somente 385 unidades, mas o resultado indica que o hatch alemão sentiu a saída de circulação da geração 4, retirada do mercado no início de 2014 para dar lugar ao up!.

Já na conta do italiano, somam-se o Palio Fire e o Novo Palio. Juntos, venderam 183.741 carros. Sozinho, o Gol contabilizou 183.356 unidades – o que leva a crer que se a antiga geração tivesse sido mantida, o alemão teria novamente fechado na liderança.

Não se pode dizer que a aposta no up! foi errada, mas é certo que o pequeno de entrada não empolgou os consumidores como gostaria a Volks. Lançado em fevereiro de 2014, foram comercializadas pouco mais de 5,3 mil unidades por mês. Assim, o up! terminou o ano como o 14º mais vendido, com 58.894 unidades.

Mesmo com bons atrativos, como motor moderno e econômico, menor custo de reparabilidade e notas máximas no teste de impacto do Latin NCAP, entre outros pontos fortes, parece que o pequeno espaço interno, o modesto porta-malas e o design pouco atraente, no meu entendimento, jogaram contra o novato.

Outro fator desfavorável ao veículo de entrada da Volks foi o lançamento do Novo Ka. Comercializado desde setembro, o modelo da Ford aposentou a antiga linha do carro e se apresenta como forte candidato a ocupar os primeiros lugares na lista de mais vendidos, podendo superar inclusive alguns dos já estabelecidos no topo, como Palio, Gol, Uno, Onix, HB20, Sandero e o próprio irmão maior, o Fiesta.

Qualidades para isso o Novo Ka tem de sobra. Seu design é contemporâneo, atualizado ao padrão mundial da montadora americana; os motores são modernos – o 1.0, por exemplo, é o mais potente e econômico da categoria; o espaço interno é bom, em nada deixando a desejar aos rivais maiores; além do sistema multimídia e equipamentos de série, como controle de estabilidade, de tração e de partida em rampas.

Este ano, com o mesmo período de vendas dos demais do segmento, o modelo de entrada da Ford poderá mostrar a que veio. Os 12 meses também servirão para saber se o Gol conseguirá recuperar-se e ultrapassar o Palio, ou se perderá mais colocações, obrigando a montadora alemã a apressar o lançamento de sua nova versão – programada para 2016.

Sim, a Volks já trabalha para atualizar o modelo, cuja frente terá o padrão atual dos irmãos Fox e Golf, entre outras modificações ainda estudadas pela equipe de desenvolvimento. O Polo europeu também servirá de inspiração.

O certo é que a lista dos dez mais vendidos deve ser, mais uma vez, dominada pelos hatches, com a possível presença de algum sedã médio. Em 2014, Siena e Prisma se colocaram na sétima e décima posição, respectivamente. As demais foram ocupadas por Palio, Gol, Onix, Uno, HB20, Fiesta, Fox e Sandero, nessa ordem.