quinta-feira, 19 de julho de 2012

“Para mim a cadeira dá liberdade”


Essa foi uma das declarações de Jaciel Antônio Paulino, após vencer a 6ª Meia Maratona das Cataratas, disputada dia 8 de julho, entre os atletas cadeirantes. O santista acumulou mais uma conquista em corridas de rua e mostrou que é possível superar as limitações físicas.
A frase do campeão — título desta coluna — foi tirada do seguinte contexto: “Os deficientes podem ter vida social, não apenas ficar presos numa cadeira. Para mim a cadeira dá liberdade”. Um exemplo de pensamento vitorioso, que serve de estímulo não só para quem possui alguma limitação física, mas a todos diante de algum obstáculo na vida.
Jaciel e os outros três participantes da categoria — Carlos Neves de Souza, Ezequiel Eli da Rosa, e Sérgio Madrid (que abandonou a prova por problemas na cadeira) — superaram os 21 quilômetros do percurso no Parque Nacional do Iguaçu numa manhã fria e úmida.
A baixa temperatura castigou os outros corredores, é verdade, porém a umidade foi um desafio a mais aos cadeirantes, pois as luvas deles iam corroendo e deslizando com o atrito no apoio das rodas. Ao final, além do cansaço físico extra, a sensação de missão cumprida.
O mesmo sentimento de vitória e o sorriso nos lábios foram demonstrados por Francisco Lima de Souza e Rita Praxedes Teixeira, deficientes visuais, guiados por bombeiros na meia-maratona. Ao contrário dos cadeirantes, estreantes na prova, ambos já participaram de outras edições da corrida e, mais uma vez, completaram o percurso satisfeitos.
Em comum, os seis atletas foram exemplos de dedicação aos amadores que, durante o esforço ao longo de aproximadamente duas horas e meia, puderam ter pensado em desistir. E também ao público e a todas as pessoas envolvidas na Meia Maratona das Cataratas, as quais tiraram boas lições de vida da participação dos corredores especiais.