quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bebidas alcoólicas e cigarros deveriam financiar a Saúde

Comprovadamente danosas, essas drogas poderiam ser sobretaxadas para custear a demanda do setor

Num momento em que o Congresso Nacional discute a necessidade de se criar um imposto, ou ressuscitar a famigerada CPMF, para financiar o aumento das despesas na saúde pública, por que não fazer com que as empresas de tabaco e de bebidas arquem com os investimentos extras, já que seus efeitos só fazem mal à sociedade? 

O fumo e o álcool provocam doenças, mortes, problemas sociais e obrigam o governo federal gastar milhões por ano para tratar os dependentes e adoentados. Então seria muito justo sobretaxar aqueles produtos, de modo a arrecadar os recursos para oferecer saúde pública de qualidade aos brasileiros e não fazê-los pagar mais tributos. 

O cigarro e bebida viciam e matam, entretanto são drogas autorizadas para o consumo. A venda delas gera lucros exorbitantes às fábricas, na maior parte multinacionais. Ou seja, no mundo inteiro esses produtos nada mais geram que males às pessoas e divisas para governos e fabricantes. 

Essa é a indústria da morte. E os números comprovam isso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 200 mil brasileiros morrem por ano em decorrência do fumo. Cada cigarro contém 4.700 substâncias tóxicas, que causam cânceres, enfisema, problemas respiratórios, entre outras doenças. A OMS estima que cinco milhões de pessoas faleçam no mundo, por ano, devido ao tabagismo. 

Em relação ao consumo de álcool, a OMS aponta a morte de 2,5 milhões de indivíduos no planeta, a cada ano, por alguma das aproximadamente 60 doenças e ferimentos ocasionados pela droga. Isso sem contar os milhares de óbitos em acidentes de trânsito e em desentendimentos pessoais — consequências diretas do consumo abusivo de bebidas alcoólicas. 

Governo estuda 
a possibilidade 

Recentemente o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou a sugestão de um pacote que prevê a sobretaxação de cigarros e bebidas. Porém quer incluir o aumento no valor do DPVAT, seguro-obrigatório pago anualmente pelos proprietários de veículos automotores. 

Estaria também incluída a utilização do dinheiro dos royalties do pré-sal, bem como a elevação dos impostos aos bancos e a quem remete dinheiro ao exterior. Cobrar mais dos banqueiros é algo que deveria ocorrer no país há muito tempo, afinal todas as instituições bancárias faturam bilhões por ano com as dezenas de taxas pagas pelos correntistas. 

A mesma prática tributária poderia valer para as fortunas. Quem tem mais pode pagar mais! Contudo, acreditar que isso venha a ocorrer algum dia é utópico, pois os bancos e os ricos continuam a dar as cartas no território tupiniquim.