sábado, 21 de maio de 2011

Em seis anos na Ferrari, o que Felipe Massa provou?

Para muitos brasileiros, após a morte de Ayrton Senna, em 1994, a Fórmula 1 deixou de ser interessante. Para outros, a esperança da conquista de títulos recaiu sobre Rubens Barrichello e, mais tarde, Felipe Massa.

Mas a torcida, desde aquele fatídico 1º de maio, quando o tricampeão se foi, tem sido em vão. A “responsabilidade” de repetir os feitos de Senna foi transferida a Barrichello, piloto da Ferrari entre 2000 e 2006. 

Na melhor equipe, os fãs da modalidade acreditaram que o Brasil teria mais um campeão. Entretanto as expectativas não se concretizaram, afinal, na escuderia italiana, também estava Michael Schumacher. 

A combinação melhor carro/melhor piloto e o posto de número 1 no time fizeram o alemão marcar seu nome na história como o maior vencedor e detentor dos mais importantes recordes nas pistas, frustrando as expectativas brasileiras. 

Mesmo preterido na Ferrari, Rubinho mostrou a sua competência, conquistando dois vice-campeonatos, nove vitórias, 25 segundos lugares, 21 terceiros lugares, além de poles e voltas mais rápidas. Assim, contribuiu muito para os cinco títulos de construtores da equipe italiana naqueles anos.

No entanto, o trabalho duro dele não foi reconhecido pelos brasileiros, que só queriam saber de títulos, e o piloto passou a ser alvo de muitas gozações e críticas. Mas a qualidade de Barrichello nunca deixou de ser reconhecida no mundo da Fórmula 1, tanto que ele detém o recorde de GPs disputados na história da categoria — mais de 300, desde 1993.

"Era Massa"

Em 2006, com o fim do contrato de Rubinho, a equipe italiana contratou outro brasileiro: Felipe Massa. As atenções e expectativas se concentraram no promissor e jovem piloto, também companheiro de Schumacher.

No ano seguinte, o alemão deixou as pistas, fazendo os brasileiros pensarem que Massa ocuparia um lugar de destaque no rol dos campeões. Contudo, ele não correspondeu — e ainda não corresponde — às expectativas dos torcedores. 

A diferença entre ele e Rubinho é que Massa não é foco de gozações e injustiças. Na competência, o primeiro está muito à frente. E os resultados falam por si. Vale lembrar que nos últimos seis anos, o atual piloto da Ferrari — não tendo a concorrência direta e a preferência de Schumacher na equipe — também não chegou ao título mundial.

Com o equilíbrio restabelecido após a saída do heptacampeão, tanto em talento quanto na competitividade entre as três principais escuderias (Ferrari, McLaren e RBR), Felipe tem se mostrado o pior dos seis pilotos — à exceção de 2008, quando terminou em segundo lugar o campeonato.

É verdade que 2009 foi marcado por um grave acidente, porém nas temporadas anteriores “a esperança brasileira” foi superada pelo companheiro Kimi Räikkönen, em 2007, e pelos rivais Lewis Hamilton, em 2008, Jason Button, em 2009, e Sebastian Vettel, em 2010. E neste ano, após quatro GPs, Massa ocupa a sexta posição, com apenas 24 pontos.

Neste domingo será disputado o Grande Prêmio da Espanha, e ele largará em oitavo, atrás inclusive do russo novato Vitaly Petrov, da Renault, e do alemão Nico Rosberg, da Mercedes. Aos fãs, resta conferir seu desempenho, mas, recomendo, sem manter a esperança de um bom resultado, para evitar mais uma decepção no fim da prova.