terça-feira, 12 de julho de 2011

Vassalos garantem a vitória patronal em negociação da CCT

Categoria foi derrotada por ela mesma, ao aceitar esmola de patrões
Nove meses de luta em prol da nossa desunida classe terminaram ontem à noite, após a maioria dos jornalistas do Paraná ter concordado com a proposta patronal para o fechamento da Convenção Coletiva 2010/2011.
Em assembleias nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel, 110 colegas optaram por aceitar o ridículo aumento real de 0,32% -- ou R$ 6,55 -- nos salários. Outros 75 mantiveram a dignidade e recusaram a gorjeta patronal.
É lamentável que depois de 14 anos só recebendo a reposição inflacionária, a mais intensa batalha encampada pela categoria tenha sido sepultada pela fraqueza, temor e vassalagem de quem se posicionou em favor dos patrões, contra a própria classe.
Aos profissionais que tentaram prosseguir em busca de algo melhor, meu respeito -- em especial aos daqui de Foz do Iguaçu e de Cascavel. Nessas cidades, os jornalistas sabem muito bem o seu valor e mostraram não temer as ameaças de represália do empresariado, vencendo nas urnas.
Aqui na fronteira, 18 pessoas votaram não à proposta dos patrões, contra apenas três que a aceitaram. Em Cascavel, 11 ficaram ao lado da categoria; e sete, contra. Na capital do estado, 91 colegas se posicionaram pró-aumento de 0,32%; 46, contra. E em Ponta Grossa, a maior decepção: nove a zero para a oferta empresarial.
Consequências
Essa derrota, embora legítima porque expressou a opinião da maioria, certamente dificultará as próximas negociações. Vale lembrar que a próxima data-base já é em outubro. Ou seja, nem bem foi fechada a CCT, as conversas entre os sindicatos vão reiniciar.
E qual a consequência? Mais tentativas patronais de achatar a categoria, como ocorre em todo o começo de negociação. Fortalecidos pela vitória, os empresários visarão, a todo custo, a tirar direitos adquiridos dos jornalistas, como a carga horária de cinco horas, o piso salarial e as horas extras de 100%.
Aos que aceitaram o aumento (ir)real R$ 6,55 no salário, bom proveito dessa migalha. Mas saibam que, a partir de agora, um reajuste digno, capaz de compensar as perdas de 14 anos, ficará impossível de se conseguir.
E outro detalhe: a diferença salarial destes nove meses de negociação provavelmente será parcelada, ou alguém acredita que os patrões vão pagar à vista sabendo que seus vassalos aceitam qualquer esmola?
A nós que mantivemos a dignidade é difícil se conformar, porém não podemos desistir da luta, pois se isso acontecer contribuiremos ainda mais para desestruturar a profissão e sofreremos golpes piores e irreversíveis.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tome cuidado com o pleonasmo vicioso

Descer para baixo, subir para cima, entrar para dentro, sair para fora... Se você já escutou ou leu algumas dessas expressões, presenciou um vício de linguagem conhecido como pleonasmo vicioso; ou seja, a repetição desnecessária de algum termo ou ideia na frase, uma redundância.
Os exemplos acima são clássicos, de fácil identificação, mas a lista é bem maior - por isso o pleonasmo ocorre muitas vezes sem que as pessoas percebam. Confira alguns casos desse vício:
  • Os corajosos encaram os problemas de frente.
  • Meus tios conviveram juntos por 20 anos, antes da separação.
  • Por que gritar tão alto?
  • O prefeito municipal vai inaugurar a escola amanhã.
Eis uma lista com mais exemplos de pleonasmo vicioso:

Há anos atrás
Pequenos detalhes
Conclusão final
Maluco da cabeça
Hemorragia de sangue
Acabamento final
Amanhecer o dia
Surpresa inesperada
Certeza absoluta
Elo de ligação
Encarar de frente
Dupla de dois
Verdade verdadeira
Olhar com os olhos
Isto é um fato real
Voltar de novo
Repetir mais uma vez
Plebiscito popular
Restaurar o velho
Inaugurar novo
Amigo pessoal
Duas metades
Consenso geral
Habitat natural
Ganhar grátis
Labaredas de fogo
Erário público
Seu critério pessoal
Abusar demais
Prefeito municipal
Multidão de pessoas
Estreia pela primeira vez
Gritar alto
Subir para cima
Descer para baixo
Entrar para dentro
Sair para fora
Pessoa humana
Unanimidade de todos
Última versão definitiva